Hollywood e o preconceito com Ruivas

Superestimada ou não, a Pixar é uma das maiores – se não, a maior – empresa de animação do mundo. A Pixar, conhecida por tornar Steve Jobs como o maior acionista da Disney, ela coloca com a mais alta tecnologia, toda fantasia possível na tela. Em 2012, produziu o filme Valente (Brave, em inglês), em uma co parceria de Mark Andrew, Brenda Chapman e Steve Purcell. Em uma entrevista para uma revista Finlandesa, sobre o filme, Steve afirmou “A ideia era produzir alguém que transmitisse um gênio forte, uma impulsividade latente, que falasse com o público e não fosse apenas uma mocinha.” continuou “A Brenda (Chapman) perguntou porque não uma ruiva, de cabelos cacheados e ao vento, era uma ideia arriscada, tínhamos medo das pessoas não se identificarem com ela, pois há uma parcela muito pequena de pessoas ruivas no mundo. Geralmente, as crianças gostam de assistir e dizer: essa sou eu, mas é muito difícil de fazer isso com uma pessoa de cabelos de fogo. (…) Mas eu tinha que fazer isso, era empolgante, uma carga de característica em um personagem e de genética também.” A identificação que Purcell afirmou, não vem de hoje. Existe uma frase pré-fábrica de que ruivas são raridades, mas a identificação do público com elas, não são tão efetivas.  A mutação genética do Rutilismo, conhecido como “Ruivos” tem uma trajetória intensa de rejeição nas telas. Os cabelos vermelhos eram conhecidos por lembrarem o carnal, a sexualidade pura e promíscua e fazer com que as donas de casa não se identificasse com o que estava sendo mostrado, o resultado disso é uma repulsa e o ruivo fora dos padrões de beleza.

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Katharine Hepburn

 Quem vê essa foto ao lado, não imagina Katharine como uma ruiva, cheia de sardas pelo o corpo todo. Hepburn, lendária atriz que ganhou quatro Oscar como melhor atriz, foi obrigada a pintar sua madeixas porque “O ruivo deixava o seu cabelo bastante limitado.” Segundo ela. Sua carreira, foi cheia de colorações e entre elas, o ruivo ficava quase sempre de lado ou lado a lado.

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Ann Sheridan

Foi chamada de a Oomph Girl  foi também uma grande estrela na Warner, parceira de Flynn e Bogart. A atriz pintava seus cabelos de loiro constantemente para publicidade, pois os empresários achavam que poucas mulheres iriam se identificar com os cabelos de fogos e que os mesmo estimulavam o desejo carnal. Ann, que morreu muito jovem, foi uma pin up popular da época e mesmo com pin up ela dizia que o ruivo passava uma sensualidade exagerada.

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Rhonda Fleming

Rhonda foi uma das impulsionadoras do cinema underground e exótico. Ela chegou a filmar no Brasil no Paraná, um filme chamado Pão de Açúcar (que está perdido ou não existe mais). Manteve boa parte de sua carreira com cabelos castanhos, só voltando a cor natural depois de uma certa idade. Rhonda afirmava que conseguia se sobressair mais castanha do que ruiva, nas telas.

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        Ann Margret

Ann era dona de lindos cabelos ruivos, porém, bastante claros e se beneficiava disso. Apareceu várias vezes ruivas, inclusive no seu maior sucesso, o filme Las Vegas junto com Elvis Presley. Porém, a Sueca variava a tonalidade do cabelo e alegou várias vezes que clareava com camomila ou tonaliza de cores mais abertas mas não perdia seu ruivo, de jeito nenhum.

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Nicole Kidman

Nicole parece não sofrer do mesmo problema que sua colega de profissão, Juliane Moore. Diferente dela, Nicole nasceu ruiva mas pinta o cabelo para o papel que precisar, já passou pelo loiro, castanho escuro e castanho claro. Diferente também das atrizes acima, Nicole não sofreu nenhuma opressão para pintar, pinta apenas para a caracterização do personagem.


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Kate Walsh

Atriz de séries como Grey’s Anatomy e Private Practive, Kate já afirmou que ama seus cabelos na cor natural, um ruivo escuro, porém, não se prende a ele e já passou pelo preto e pelo o castanho, mas afirma que nunca vai pintar de loiro pois “tem medo do que a oxigenada possa fazer com a cor natural.”

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Clara Bow

Clara foi uma das atrizes mais importantes do cinema mudo e sempre lutou para ter a cor original dos seus cabelos na capa dos filmes. Diz uma história que ela um dia pediu ao Louis J. Gasnier (diretor do seu filme, Parisian Love) pare aparecer com os cabelos ruivos e ele disse “E então as pessoas vão achar que é um filme sobre o demônio, para ser cabelos vermelhos” porém Clara conseguiu no fim de sua carreira, aparecer com os cabelos vermelhos, nos filmes Filhos do Divórcio, The Wild Party e Call Her Savage.

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Ginger Ross

Famosa nos anos 40’s, ganhadora do Oscar, foi uma surpresa quando disse em uma entrevista que era verdadeiramente ruiva, seguindo a revelação, ela disse que queria mostrar para o mundo que podia ser sedutora e uma boa atriz e não que era uma promiscua (o que o cabelo vermelho fogo original dela sugeria ao público na época).

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Lindsay Lohan

Lindsay Lohan ou Lilo é conhecida por seu cabelo mutante. Dona de milhares de sardas e um cabelo ruivo de dá inveja a qualquer cristão – por ter uma cor forte com uma mistura de cobre e vermelho – Lilo já platinou, amarelou, pintou de preto, castanho claro, escuro e recentemente, ao sair da sua ultima prisão, tentou pintar de um ruivo mais forte, que não ficou tão bonito quanto seu original que pode ser visto em Meninas Malvadas. Lilo já afirmou várias vezes que “não é mulher de uma roupa só e nem de um cabelo só.”

 Kate Kielzen

Nunca chegou a ser famosa de verdade. Escocesa, ela se inspirava em modelos como Twiggy, porém, se recusava a pintar seu cabelo totalmente de loiro, o que era o padrão da época, foi assim cortada do casting de modelos e nunca mais se ouviu falar dela. Ainda chegou a clarear o cabelo como na foto ao lado mas não foi suficiente, os padrões da época exigiam uma bloond girl.

A lista de atrizes ruivas que foram sucumbida pelo o teatro, cinema e veículos de comunicação são enormes e não caberia em um artigo. Mesmo no cinema mudo como com a It Girl, Clara Bow, era censurado o cabelo nas capas dos filmes, cartazes e em propagandas. Não existia nenhuma lei para isso, mas era uma questão de “bom senso” pois o “estilo de vida americano” que tinha a mulher, dona de casa, feita e perfeita para o marido, não permitia que o cabelo chamasse mais atenção do que ela própria. Criou-se então a ditadura do cabelo loiro, só quebrada no mundo da moda com Gia Carangi (Uma das unicas modelos da época de 70 a não pintar o cabelo de loiro e também uma das primeiras a morrer com o vírus HIV).  Até final dos anos 50 e metade dos anos 60, o loiro dominava todas as esferas, também adivindo de Marilyn Monroe, atrizes como Edie Sedgwick fazia de tudo para adquirir a sensualidade loira que vinha com uma “ingenuidade”. Hoje em dia, atrizes ruivas como Mariana Ruy Barbosa são superestimadas no Brasil.

Update: A postagem teve um erro, Lucille Ball não era ruiva de nascença, na verdade, ela tingia de ruivo com henna. Confundimos ela com a Ann Margret. Obrigada a leitora Aline Ramos pela dica.